Mitos sobre SEO podem estar em publicações novas e antigas, sites populares e em posts com altas taxas de engajamento nas redes sociais. E questões próprias do comportamento humano justificam isso. Segundo estudos de psicologia, a nossa necessidade de controle e a busca por padrões já conhecidos, entre outros fatores, nos deixam mais propensos a acreditar em dados falsos, seja por meio da repetição ou pelo uso de evidências falhas.  

Apenas em 2021, tivemos mais de 5 mil atualizações nos algoritmos do Google. E as mudanças não param, deixando até conselhos que antes eram muito úteis ao SEO desatualizados. Nesse cenário, entre tantas vozes prometendo insights vindos diretamente da “caixa preta” do Google, em que podemos nos amparar para uma boa estratégia? 

Vamos precisar discutir algo um tanto complexo: nossos mecanismos de recepção de novas informações, ou seja, nosso sistema cognitivo – já profundamente impactado pelas novas formas de consumir conteúdo em telas.

Combatendo mitos sobre SEO com a ajuda da psicologia

“Uma alta taxa de rejeição indica uma UX ruim, então esse é um fator que afeta o SEO”. Essa afirmação é verdadeira ou falsa? Declarações como essa costumam atrair enormes taxas de engajamento em comunidades de redes sociais, mas são uma pista enganosa, que afetam o desenvolvimento de conteúdos de qualidade.   

O próprio ambiente em que profissionais de SEO estão inseridos favorece a crença em mitos, com o profundo anseio por respostas, controle e previsibilidade. É hora então de encarar os fatores psicológicos e interacionais que dificultam nossa habilidade de diferenciar fato e fantasia. 

Necessidade de estrutura e controle  

Um estudo de 2016, de especialistas do Departamento de Marketing da Universidade Concórdia, no Canadá, apontou que a necessidade dos indivíduos por uma estrutura sólida (ou seja, por mais previsibilidade e menos incertezas) e pelo controle da situação os torna inclinados a acreditar em teorias da conspiração. De acordo com a pesquisa, quanto maior a necessidade pessoal de estrutura, maior a tendência de surgimento de falsas percepções de padrões de consumo.  

Em SEO, contudo, não temos nenhum controle sobre a evolução dos algoritmos. Mesmo as práticas mais seguras e bem avaliadas flutuam conforme o setor do mercado. Por exemplo, enquanto as áreas de finanças e saúde devem se basear no EAT, conteúdos de notícia atendem a valores como o princípio da atualidade. 

Para obter uma sensação de estrutura e controle, profissionais buscam formas de influenciar resultados, podendo superestimar o impacto de fatores que se encaixam apenas em contextos específicos e adotando falsos motivos de rankeamento – e, assim, criando ou fortalecendo antigos mitos sobre SEO. 

A busca por padrões conhecidos  

Existe um fenômeno psicológico chamado pareidolia, relacionado ao reconhecimento de padrões ou conexão de dados aleatórios com imagens e objetos – que vai se intensificando conforme cresce nosso “banco de dados interno”. A partir disso, por exemplo, conseguimos associar o formato de uma nuvem a um animal ou objeto. 

A pareidolia nos ajuda a entender situações e a buscar proteção, mas também cria algumas ciladas. O medo de uma ameaça faz com que nosso cérebro crie respostas em busca de conforto, como uma forma de lidar com toda a aleatoriedade da vida. Somos aptos, então, a reconhecer padrões e também a criar padrões, a gosto da nossa imaginação. 

Nesse sentido, uma questão apontada em um artigo ou rede social apenas como uma correlação particular de dados, por exemplo, pode ser interpretada como fato e compartilhada indefinidamente pela web – criando mais um dos mitos sobre SEO.

Confirmação do que já acreditamos 

Também é bem documentada a nossa tendência a aceitar informações que se encaixam no que já acreditamos e rejeitar o que vai contra, pouco importando se tais dados são verdadeiros. A psicologia social chama isso de viés de confirmação – e a forma de evitá-lo é justamente reconhecê-lo. 

Isso alinhado com o presente e constante medo de errar faz com que profissionais aceitem mitos sobre SEO para não ter que admitir que uma estratégia não deu certo, perdendo recursos e resultados. 

Enfrentando fatores externos 

Para além das nossas questões internas de percepção dos fatos, também precisamos lidar com questões externas. Vejamos algumas delas que, definitivamente, ajudam a criar alguns dos mitos sobre SEO:

Pressão de colegas da área 

Como um ser social, o indivíduo pode sentir um desejo maior de pertencer a um determinado grupo do que de provar que está certo – seja com colegas de profissão, em comunidades da área ou mesmo em relação a mentores respeitados. Se algo parece errado em uma afirmação, ele pode fingir que está tudo bem e seguir o fluxo. 

Diversas pesquisas de Comunicação também já demonstraram que a questão social – ou os afetos – são mais significativos do que evidências em diversos contextos. Apresentar uma pilha de dados que comprovam que x é igual a z para uma pessoa que faz parte de um grupo que acredita que x é diferente de z, por exemplo, pode não gerar significado algum se ela ignorar qualquer possibilidade de verificar tais informações. 

Superar essa tendência, portanto, nos ajuda a combater mitos sobre SEO porque nos deixa menos propensos a seguir informações falhas sem a necessária avaliação dos dados. 

Correlação x Causalidade e Coerência x Comprovação 

Uma correlação de fatores pode fazer com que um estudo de caso aponte um resultado que não faria sentido em um contexto mais geral. Então, não poderíamos afirmar que tais fatores causam isso ou aquilo em SEO. Da mesma forma, montar uma linha de raciocínio com base em determinada experiência, de forma coerente, e dizer que isso comprova determinada regra também é induzir erros.  

Afirmações baseadas em correlações e em linhas de raciocínio que aparentam coerência não são suficientes para comprovar causalidades gerais. E são um prato cheio para a alimentação de mitos sobre SEO pela web. Por exemplo, o que constitui uma boa experiência para um tipo de consulta de pesquisa pode ser uma experiência terrível para outro. 

Como podemos evitar tais armadilhas, então? 

Sempre se pergunte estas três questões antes de “embarcar” em novas regras que virem tendência: 

  • A informação é medida ou quantificada? 
  • Ela agrega valor e escalabilidade ao negócio? 
  • É um fator universal ou dependeria do usuário? 

O mais importante é: boas práticas do mercado são baseadas em anos de testes e pesquisas, entre erros e acertos, e em resposta às mudanças constantes dos mecanismos de pesquisa. Para fugir do famoso “vou utilizar essa estratégia porque estou sentindo isso ou aquilo” ou “porque tenho visto isso acontecer”, é preciso confiar no mais importante: dados.  Essa é a única forma de quebrar com os mitos sobre SEO.

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